Procuro viver cada momento. Aproveito o máximo minhas experiências
Nestes anos todos, desde que comecei a fazer teatro, (Porque comecei?) foram anos inteiros, dias corridos, horas profundas, pessoas interessantes, o prazer de se sentir vivo... Na universidade, no curso com o Mario de Oliveira, na C.A.L., na Martins Pena, em todos os espetáculos e grupos do qual fiz e faço parte, teatro empresa e nas escolas. Em todos estes lugares conheci pessoas estranhas incríveis e quem não é estranhamente incrível. Como natureza naturante e natureza naturada fui me transformando, vivi independente de mim.
Agora, que tudo começa a fazer sentido, como escolhas, como coisa que se transmuta, sempre em relação, no relacional das relações, tenho me feito perguntas, o que faço com tudo isso que sou? Qual será minha função?
Tomo parte, logo existo... Se Deus é as arvores, as folhas, os rios, os homens, a substancia, acredito nele como Deus que sou... Ligado a tudo e a todos numa mesma substancia de modos diferentes... Nada é igual; todos, tudo, coisa, mundo... Tudo faz parte de uma mesma essência em movimento, feita de pluralidade, de multiplicidade... A vida segue independente da gente.
Minha função talvez seja essa, estar vivo e vivo viver. Por tanto as próximas horas farei tudo novamente, não olharei simplesmente, não falarei a toa, não estarei só por estar, não julgarei meus atos, não pedirei permissão, não sofrerei a dor de culpa alguma, não haverá arrependimento. Também falarei só por falar, olharei só por olhar, estarei só por estar, viverei intensamente minhas expressões, meus sentimentos, darei ordens ao universo, gritarei aos céus, tomarei parte daquilo que sou parte e farei tudo isso independente de mim. Como corpo sem órgãos, rolarei pelos campos verdejantes. Vou chorar, desculpe mais eu vou chorar... E vou rir também, vou rir muito, não farei nada que seja pouco e pouco farei o que não seja nada, mas se nada fizer, farei nada muito, muito nada, vagarei pelo nada.