2010-08-30

Dibobeira

Depois de arrastar corrente a noite inteira, acordo com a sensação do peso do mundo em minhas costas. O dia e hoje, sempre, agora mesmo... tudo novo. Gosto de fingir que as coisas vão ficar bem... Quase não desisto. Conversamos. Era tarde. Cedo ou tarde? Madrugada e nós não tínhamos sono. Nos encontramos quase que por acaso, ela pensa que foi por acaso. Eu meio que senti muito novamente. Ela não sei... Não há como saber. Ficou falando em filosofia. Parece querer acreditar em rumos e é tudo tão vago. Tão fácil. Tão cheio de razão. A mim, me resta, a mim. Não me basto. "O amor é um roque com personalidade de pagode". Deixo o amor viver. Vai ser aquilo que o tempo quiser que seja. E, de verdade, nem ligo mais. Apenas sinto muito. Fico somente com aquela sensação de quando queremos comprar alguma coisa e o pai não deixa.. sim, mas nem choro. Só mudo o foco.

bla bla curriola

na estrada da vida
E foi mais uma peça, mais um elenco, mais um bar, mais um porre, mais um pouco da minha maneira de me portar em público, mais um tanto de nós que estamos sempre tão próximos do sucesso. Já lá se foi e agora teremos outros caminho para percorrer. Parado não é possível, antes fosse. 
Ainda sofro, um pouco, daquela doença antiga, daquele fogo. De certo não sou poeta, apenas romântico o suficiente para ser confundido com um chorão. Dor. Fingidor. Seriamos tão felizes se soubéssemos ser tão felizes.... Digo que estou satisfeito. Passei da fase de ser feliz. Sou apenas satisfeito. E deixo assim, bem dito, pra rimar, feito. Dito e feito. Não vou desistir de caminhar por ai sem rumo. Gosto de estradas. Apenas de estradas. Chegar é só parte. 

Um dia te encontro numa esquina e te conheço.

2010-08-18

Um pouco de ódio

Tenho preguiça dessa gente moderna e cheia de cu frouxo. Desse povo espremido e sem gosto, que finge uma segurança desnecessária. Fazem questão de mostrar que acreditam que o mundo existe a partir deles. Vermes com auto-estima. Preguiça não é bem a palavra. Tenho nojo. Eu os mataria todos. Acuso-me. Não tenho o menor saco pra essa gente covarde e cheia de si. De longe, com suas roupas da moda parecem até legais e informadas, de perto são tão baratas e mesquinhas que não valem o peido da pior piranha barata de uma esquina qualquer da Lapa.

Deve haver, em algum idioma, uma palavra para esse ódio recalcado que sinto. Deve ser ódio, recalque com certeza.

Não tive as mesmas oportunidades e, no entanto, profano o solo de vocês com meu gosto duvidoso e minha maneira de enfiar o dedo em vossos cus. A cada encontro com um tipo desses, minha alma perde alguns pontos de vida. São da mesma espécie dos revolucionários festivos, dos rebeldes sem causa, dos acadêmicos sem paixão, dos funcionários públicos sangue sugas, dos burgueses que fedem e tantos outros tipos de vermes que me causariam um câncer se me forçasse a dizer todos. Estamos cercados por esse tipo de bicho escroto; nos festivais de arte, na imprensa, a porta dos teatros e cinemas, no desfile de modas, na TV; aqui e ali também. Serei eu um tipo de Erostrato? Deixo-me (te) a duvida.

Tecendo

Os dedos da mão estavam doloridos. Gastos pelo tempo de uso. Marcas de uma vida dedicada a teclar sem fim. Nas horas de lazer converso com os amigos que estão do outro lado do mundo. Ainda prefiro a intimidade das palavras escritas, não gosto de vídeos e do que eles podem dizer de você. As palavras dizem mais de mim do que minha imagem na tela do computador. Sempre gostei de me esconder atrás das palavras, mesmo as faladas são um refugio. Quando não disponho de um computador falo até me danar e que se danem os outros.

Papinho

Ando pelos becos escuros a procuro de um tanto de mim que se perdeu por ai. Cato os pedaços e junto-me em frangalhos para continuar a vida que se morreu na curva de uma vida passada. Hoje é tarde, mas amanha, que nem existe, há um lá que me aguarda sem mim. Oh! Manhã dos inícios. Tudo começa e termina com a mesma velocidade do pensamento. Recrio-me independente de mim e sou parte infinita dessa substancia toda que estamos mergulhados e que sou eu e você também. Nem mesmo existo agora e já existo agora, novo e de novo. Dentro de mim, há um tanto de mim, de tantos outros, que desconheço necessária e necessariamente. Nada é nada. Tudo é um nós sem eu, que se pudéssemos medir saberíamos o quanto somos indivisíveis. Eu sou você e você sou eu agora e por toda a eternidade. Quando nos desfazemos nos fazemos e o que me compõe, ora, agora, me decompõe em ato, no ato, em relação. A causa do efeito é que sempre há o efeito da causa, infinitamente infinito. Quem não consegue acompanhar os fatos, mova-se! Basta um pequeno passo e já não estamos no mesmo lugar. Um pequeno passo para o homem é sempre um grande passo para a humanidade.



2010-08-16

A correria

É Sábado e Domingo. Chego ao teatro do SESC Tijuca para apresentação da Flor de Mandacura. Um trabalho lindo da Cia Entreato. Mais um lindo trabalho da Cia. Eu estou junto com eles a uns 6 anos. Somos felizes. O palco precisa ser preparado para a apresentação. No camarim faço um lanchinho e dou boas risadas com os amigos. Figurino e maquiagem sempre impecáveis. Nada pode está fora do lugar. Faço três personagem: o Padre Enoque - Italiano. O Carranca - Bico nordestino, aprendiz de amarelo, inocentemente inteligente. O Sr. Doril - Dono da mercearia da cidade - Cabra macho e assustado.
Cantamos varias canções e tocamos. Tudo ao vivo. A peça termina, mas minha jornada só está começando. Corro para o camarim enquanto meus colegas vão receber o carinho das crianças. Agora só penso em todos do elenco da peça adulta, que estão me esperando para começar o espetáculo as 19h no Café do Teatro Glaucio Gil. Da Tijuca a Copacabana em menos de 50 minutos. Não posso respirar. Pego um táxi. Dia de jogo no "Maraca", tudo engarrafado. O Taxista sente minha dor e faz manobras arriscadas. Chego no Metrô da Saens Pena as 18:35. Vai dar merda. No trajeto vou pondo meu figurino. Tiro uma camisa, ponho outra. As pessoas me olham, mas parecem perceber que não sou um simples louco. Chego na estação Arco Verde as 18:59. A peça começaria as 19h. Ok. Vai atrasar mas chego. A estação do Metrô Arco Verde é profunda. Corro. Coração bate rápido. Acho que vou ter um troço. O Diretor me liga preocupado. Chego no teatro estão todos me aguardando para começar a peça. Entro no camarim. Dou um sorriso. Limpo a cara da maquiagem do outro espetáculo. Jogo o cabelo para trás. me posiciono junto aos coleguinhas, que são amigos. Cena. Começa o espetáculo da Anti-Cia de Teatro. (Teatro Irresponsável - Porque teatro é mais divertido quando se está bêbado). Estamos juntos a quase seis anos. Somos um grupo. Decidimos tudo juntos. Somos metidos a loucos e somos do contra. E adoramos beber. Acaba o espetáculo. Arrumo tudo e corremos para o bar mais próximo. Volto pra casa com um gostinho de alguma coisa vai bem. Posso tudo. Sigo.

2010-08-13

trequinho pra passar o tempo

Eu trabalho. Faço coisas em casa. Vou a praia. Pedalo até Vargem Grande, que é longe. Sou picado por mosquito. Nunca vejo TV, só quando frequento a casa dos amigos que gostam de ver TV. Sou meio paxá. Adoro mandar. Minha ex-mulher é morta. Pra mim é tipo Deus a tenha ou que o diabo a leve. Adoro comer pão com manteiga na casa dos outros, mas em casa só como com maionese heimans. Já fumei tanta maconha na vida, bem menos que o Bob Marley. Claro, o Bob era a maconha. Hoje em dia gosto só do cheiro. Se alguém for para "Amisterdan" traga um maço de maconha desmaconhada pra mim. Já dei uns tecos, sou meio louco nesse troço de ficar louco. Hoje bebo. Gosto de bebida forte. Gosto de ficar bêbado, mas não gosto de ressaca e odeio vomitar. Vivo na praia e fico bebado. Tipo: meu escritório é na praia. Leio pra tirar onde em festa. Adoro gente estranha. Mulher estranha é meu prato prediléto. Falar em prato, adoro feijão preto com carne. Não sou vagabundo... Vagabunda não tem o que fazer. Eu tenho muito o que fazer, apenas não faço. Seria anarquista, se possível fosse. Adoro boceta. Alias, o que seriam das mulheres se não fossem suas bocetas? Meus amigos podiam ter bocetas, seria legal se a gente pudesse ficar olhando as bocetas uns dos outros. Pau? Feio. Acho pau feio. Todo tipo. Nunca vi muitos, mas os que vi, não me chamaram pelo desejo. Adoro meus amigos gays, eles deviam ter bocetas. Todos nós devíamos ter bocetas. Ter boceta é mais divertido. Gosto tanto que agora mesmo, nem consigo pensar em outra coisa. Vou para de falar boceta. BOCETA.

Tem uma coisa outra que é muito boa além de bocetas: escrever no meu bloguinho. Seria feliz numa praia distante com meu computador e uma Internet rápida, bem rápida. Ah! E bocetas.

Agora to no twitter @macacopelado. Me siga lá.


2010-08-10

...

As coisa já estão escorrendo bem. Eu minto!

2010-08-03

Luto ou não luto?!?...

De luto!
Eu tenho tido pesadelos estranhos com ela. Acordo e fico o resto do dia pensando em como fazer para tirá-la da minha cabeça. Dizem que sou chorão. Tenho derramado minhas lágrimas.