2011-05-09

Palhaço

Tudo começa quando estamos abertos para o que vier. Sem pensar, estar aberto é sem pensar, sem procurar, sem querer encontrar. No encontro, tudo tem que ser fatal, mesmo se tudo for combinado de vesperas. devemos isso a nós mesmos, o frescor. Como se tudo fosse pela primeira vez, uma unica vez. Uma vez unica. E é mesmo.

Oi?

Você tem toda razão. Eu admiro sua coragem. Expor-se tão triste assim ao mundo é uma ato politico. Eu sempre escondo, me escondo, escondo dos outros, me escondo dos outros. Descobri que todos nós somos assim. somos felizes ou nos fazemos felizes em grupo, mas sozinhos somos todos melancôlicos. E de quem estou falando? De uns poucos artistas.
Eu sou um artista vivendo no exílio da minha cidade, exilado sem asilo no próprio país. Com medo, o tempo todo. Sem saber se amanha vai chegar. O medo de verdade, o medo de mentira, mas sempre o medo. Somos exilados, esquecidos, cumprindo apenas a função de propaganda de uma nação que precisa provar que tem artistas, ainda que eles de verdade arquem com sua própria fome. Um artista da fome, com fome, para matar a fome do povo, com o povo e para o povo.

A quem interessa meu pequeno drama?

"Quero um ovo de condorno pra comer/o meu problema ele tem que resolver"

Dá pra ser... muito mais!

Passo meu tempo fingindo que não sou triste. 
             Cuidando de tudo como se fosse a ultima vez.
não finja sempre... só há tristeza quando se tem alegria...
Não é porque sou triste que deixo de ser feliz. 
As vezes, minto tão bem que chega a ser alegria o meu fingimento.