2009-09-07

Bem... hun... hun... testando

Hoje fiz tudo que um bom carioca pode fazer. Acordei tarde, fui a praia e fechei a noite bebendo cerveja e jogando sinuca. Nessas horas é que percebo o sentido da vida.
Ainda não me sinto totalmente livre depois da separação, para quem interessar possa. Sinto-me preso, amarrado ou culpado. Estou meio cansado de ter que responder as mesmas questões.
Deixei de querer ser melhor que os outros, isso já foi um ótimo passo para o futuro, que alias, estou com saudade. Fico querendo que a vida passe mais depressa e que algumas coisas sejam logo mortas. A coisa de matar ou deixar morrer o que não lhe presta mais, até boas lembranças. Me ocorreu um achado, uma frase do Pe. Anchieta: "Quanto mais na vida corro, mas me abraço com a morte, e querendo viver, morro".
Sabe que tenho pensando em ser outro, ou outra coisa qualquer que não gente. Tenho a sensação que gente é tão medíocre, então tenho pensado em ser qualquer outro tipo de troço. De qualquer forma, também penso em dormir mais cedo, me aplicar mais em meus negócios, melhorar minha alimentação. Começo a querer acreditar num tipo de vida que faça com que tudo dê mais certo. Dizem que preciso levar o mundo mais a sério, vou fingir que creio nisso e tentar me adequar. Dentro de mim arde um troço. Mas não sou do tipo que fica cheirando o rabo dos outros. O negocio é seguir meu próprio caminho, mesmo porque, no final, vamos todas cair fedendo. Ao pó volteremos. Essa vida é uma só, podem haver outras vidas, mais essa termina no final.
Acho que sou um cara triste, profundamente triste, mesmo que me divirta com toda essa baderna. A diversão é só pra tornar tudo mais suportável. Recuso-me a levar a ficção a sério... é exigir demais... Tá errado...
Faz tempo que acredito nesse artista que defende o mundo à minha volta, gosto de alimentar essa ficção onde sou o protagonista. Minha maneira de existir. Ser artista me legitima uma série de troços, como acordar tarde, ir a praia, tomar ceveja e jogar sinuca.
Não estou preocupado em ser o melhor, só não quero ser medíocre, disso tenho certeza, nada de ser o "bucha" do mundo. O resto é silêncio para os ouvidos poderem trabalhar bem.
Estou tentando viver sozinho, querendo não depender de nada ou ninguém. Ainda que ache tudo isso um saco.
Essa semana eu pensei muito no pai que beijou a filha na boca e foi preso. Soltem esse homem e deixem que ele beije a filha.