2009-11-02

O4:24h.

Daqui a pouco vou acordar.
Participação especial de Fernando Lopes.

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Sarrabuxo e tratratra
Sáb, 24 de Outubro de 2009

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Don Juan

Pensei em dizer alguma coisa. Calei-me e não disse nada. Absolutamente calado fui chegando cada vez mais perto. Inevitavelmente apaixonei-me. Foi amor a primeira vista. Ficamos ainda nos olhando, calados, por um longo tempo. Até que ela levantou e sumiu, desceu em meio à multidão. Mais a frente, tornei a me apaixonar. Nossos olhares se cruzaram quase sem querer. Gelei, era ela, a mulher da minha vida. Fiquei ainda pensando um tempo, olhando pela janela, tomando fôlego. No carro ao lado, me olhando uma morena. Passei olhando rápido e reparei que estava sendo reparado, meu coração bateu mais forte. Era ela, só podia ser. A mais bela entre todas as belas. Abri a janela para tentar fazer algum tipo de contato mais intimo. Outra coisa me chamou a atenção. Foi inesperado. A trocadora. Ela estava dormindo de boca aberta. Eu não havia reparado no formato de sua boca. Ela acordou com o solavanco e me pegou no flagra, tentei disfarçar mais era tarde. Nós já estávamos completamente envolvidos. Levantei e fui em direção a ela. Passei entre duas meninas, novas, talvez 22 anos. As duas me olharam e meu mundo se dividiu. Meu coração se fez dois e agora, sim agora, estava tudo claro para mim. Eram as mulheres dos meus sonhos. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, o ônibus parou bruscamente, a porta da frente se abriu, os anjos tocaram as trombetas e ela entrou como quem não dá a mínima para os outros pobres mortais. Caí de joelhos e gritei. Agora estou aqui, amarrado, tive um colapso nervoso. Já pedi as enfermeiras em casamento, elas ainda não aceitaram. Ainda.

Desconectado.

Curta metragem de Dora Sá e Fernando Lopes

Atotô


Fico, vai e foi.

São sei lá que horas e eu não estou nem um pouco afim de dormir. O dia clareia e os onibus passam dentro do meu quarto. Tem dia que o sono não vem e pronto. Me resta escrever no meu bloguinho, ler um bom livro do Fante, navegar pelos mares de outros blogs e mais nada. Na rede tem uns troços bem bacanas. Gosto sobre tudo de gente que tem humor, que sabe rir de si mesma.

Hoje é dia de finados. Dia de rezar pelos que já se foram, se é que foram. (Atotô Obaluaie). Eu já enterrei um grande amigo, então vou pensar nele e rezar pela alma dele. Embora eu acredite, por razões óbivias, que os mortos é que devem rezar por nós. Quando eu era criança tinha medo de fantasma, minha mãe dizia uma coisa que hoje faz muito sentido. Dizia ela que devemos ter medo é dos vivos. Mãe tá sempre certa, até quando está errada. De qualquer forma hoje é feriado então vou ficar de bunda para o ar, descansando para começar a semana. Como vivo, tenho muitos projetos, lançar meu livro é o mais importante deles. Sigo com coragem. Fico, vai e foi.

Berre!