Foram trazidas em cortejo, onze cabeças, cabeças de santas virgens, cortadas na fonte por cutelo afiado. O povo canta em louvor as cabeças. Um canto desafinado e forte. As cabeças virginais serão postas no altar sagrado da santa igreja para que todos os dias do ano os fieis possam toca-las pedindo graças em louvor de misericórdia. As santas cabeças cortadas por cutelo afiado foram trazidas de navio, armazenadas em um vidro sacro e conservadas pelo divino formol. Dizem que a noite as santas conversam entre si para dividir os pedidos e conceder as graças.
Alguns pescadores pecadores juram ter visto os espíritos das santas vagando pelo litoral à procura de suas cabeças. As cabeças das virgens santas que em vida se deram em sacrifício ao Deus todo poderoso e que, após a morte foram decapitadas por cutelo afiado, armazenadas e agora conversam entre si no altar da santa igreja. As santas cabeças operam milagres e por onde passam, as cabeças, em cortejo são louvadas com muita fé e devoção.
Da história das santas sabe-se que elas viviam em mosteiro protegido e foram criadas virgens preparando-se para o sacrifício. Foram sacrificadas em dia santo por um padre de mãos firmes e sem gritos de dor foram separadas, as cabeças, de seus corpos por um cutelo afiado. Os corpos sem as cabeças dançaram ainda um longo tempo antes do falecimento total dos orgãos sem cabeça. O santo sacro-ofício foi assistido por uma multidão que entoava um cântico que dizia: Santas virgens/ que em vida serviram ao Deus/ leva de nós todos os pecados/ santo é o vosso ato de união/ santa é nossa igreja/ que o sangue derramado lave a terra de todo o mal/ que suas cabeças abençoem todo o povo civilizado e temente a Deus/ que nossos inimigos não tenham pernas nem braços/ Que suas cabeças santas nos protejam/ amém.
Da história das santas sabe-se que elas viviam em mosteiro protegido e foram criadas virgens preparando-se para o sacrifício. Foram sacrificadas em dia santo por um padre de mãos firmes e sem gritos de dor foram separadas, as cabeças, de seus corpos por um cutelo afiado. Os corpos sem as cabeças dançaram ainda um longo tempo antes do falecimento total dos orgãos sem cabeça. O santo sacro-ofício foi assistido por uma multidão que entoava um cântico que dizia: Santas virgens/ que em vida serviram ao Deus/ leva de nós todos os pecados/ santo é o vosso ato de união/ santa é nossa igreja/ que o sangue derramado lave a terra de todo o mal/ que suas cabeças abençoem todo o povo civilizado e temente a Deus/ que nossos inimigos não tenham pernas nem braços/ Que suas cabeças santas nos protejam/ amém.
Durante muitos anos as cabeças virginais serviram de símbolo de sacrifício e comprometimento com os ensinamentos da santa igreja. Nos dias de hoje, quando todos perdem a cabeça, as santas cabeças encontram-se perdidas no museu sacro. Poucos são os que louvam, muitos são os que se enojam. As santas cabeças virgens choram lágrimas de formol e não conversam mais entre si, calam-se diante do homem sem fé. O vigilante noturno do museu diz ouvi-las chorar e mal dizer o mundo.
As virgens decapitadas por cutelo afiado agora jazem solitárias e empoeiradas no deposito esquecido da igreja que já não é mais santa.