2010-10-09

Ficção. Por trás é outro por trás.

Pensei. Nao pensei. Não pode ser. Estaria eu me apaixonando por uma menina de 15 anos?!. Deve ser delírio. Carência. Ou vontade de ser feliz. De educar e ser feliz. Tudo tão belo e inocente que me faz acreditar que o tempo. E esse tempo de trauma e sofrimento faz de nós adultos e mortos ou mornos. Aos 15 é tudo tão clarinho. E penso. Não penso. E se eu a fizesse feliz por toda a vida? Sereria ela tão clara ao meu lado até que a morte nos separe. Preciso esquecer. Me concentrar em ser adulto. é só.

Um dia - ário

7:30 da manhã. No ponto. Até ai começou o dia. Um banho banhado, uma oração de bom dia e sigo com aquela firmeza que me trouxe até aqui. Na padaria tem pão, sim, tem pão, tem chapa - Faz um pão pra mim, meu chapa. De carro seguimos, eu e a equipe, rumo ao Andaraí, escola pública que nos comprou duas apresentações. A primeira foi, a segunda foi... Nem bom, nem ruim, apenas nosso trabalho, dever cumprido. Depois, a convite, fui parar no Saara. Compras. Fazer hora. Oba. As 19h tem ensaio com Moacir. Lapa. Comprei dois tênis. Um para bater e outro pra surrar. Bati papo com minha amiga e companheira de trabalho. Hora feita. Segui pela Praça Tiradentes em direção ao local do ensaio. Cheguei com uma vontade de ir ao banheiro e fui. Limpo e leve troquei de roupa e começamos nossas cenas e leituras e o Moacir Galho Dentro exigindo de nós o que os bons diretores exigem de seus atores. Toma-lhe ensaio até às 23h. Certo. Meus olhos não estavam mais tão abertos. Pensei em ir pra casa. Um grande amigo/irmão está no Brasil de passagem, visto que mora fora do país. Depois do ensaio fui, de caroninha, para a Praça São Salvador. Beber mesmo. E tava lá até minha ex-mulher. Lindinha como sempre. E tira foto e bebe e da risada. Lá pelas duas da madrugada, bêbado e solidário me ofereci para levar minha ex em casa, na casa da minha ex-sogra, onde mora com meu ex-gato. Laranjeiras e Chuva no lombo. Conversamos. Nada de reviver nada que a gente não tá mais nessa. Deixei a bichinha lá e sou gente boa. Pé na estrada que é noite de madrugada. Andei até o Largo do Machado. Relógio no pulso, bolsa de compras do Saara e nenhum medo. Pra me assaltar tem que ser mais homem do que eu. Depois de algum tempo, molhado e suado, cheguei no ponto. Rocinha é o primeiro lugar da baldeação. Bêbado e com fome. Para não enjoar, comi um salgadinho de passar mal em casa. Famoso salgadinho caseiro: come agora e vai morrer em casa. Madrugada de ventania, fiquei com medo e peguei um ônibus até o largo da Barra. Conheci o Babá. Bêbado inveterado. Inteligente e divertido. Se eu não conhecesse o pai do Bruno Aragão, diria que o Baba era pai do Brunilsom. Me diverti pacas com as idéias do meu amigo bebum. Peguei um ônibus pra Santa Cruz. Morar no Recreio não tem preço. Mas é longe pra caralho. Desci na Avenida das Américas e me fui andando e já querendo passar mal até em casa. Caminhada de 15 minutos. Bêbado com uma sede do caralho, fiz em 5 minutos. Desejei um bar aberto. Precisava tomar água. A sede era tanta que a cada possa de água eu tinha uma vontade de dar uma golada. Nada estava aberto as cinco da manhã. Cheguei em casa com o corpo tremendo. Bebi uns 10 copos de água e tudo estava pedindo pra sair. Odeio vomitar, mas isso não é coisa que se escolhe. Tomei um banho e fui dormir por volta de tarde. Dia claro. A vida é um desmantelo.