2011-04-22

Fluxo de pensamento

Tenho deixado meu blog de lado. São tantos afazeres da vida adulta que não sobra muito tempo para vir cá desabafar. Este meu blog deve esta fazendo aniver de cinco anos. Quanta coisa já não ficou aqui registrada. Será que quando eu morrer, se eu morrer, as pessoas vão vir aqui para ler o que escrevi? Tipo, se consultar para saber como foi a vida do anónimo Fernando Lopes, do desconhecido Macaco Pelado. Minha vida não é mais babaca do que a de qualquer outro. Sou um herói. Somos todos heróis vivendo nossas próprias historias. Preciso mesmo vir cá mais vezes. O facebook e os sites de pornografia tomam meu tempo de exercício da escrita. Aqui também é isso, um lugar para exerci-citar. Nem preciso ficar contando minhas novidades que são muitas. Prefiro continuar com as velhas reclamações. Eu ainda sofro por amor e parece cada vez mais que perdi para sempre o amor da minha vida e de nada vai adiantar a procura. Isso é um tipo de tiro no pé, por que logo vou estar namorando e até amando e se por acaso a pessoa vier aqui e ler este desabafo vai ficar com ciúme e até eu explicar que eu não entro em cabaré pra rezar terço já foi tudo pro caralho. Espero que eu tenho um próximo amor bem tranquilo e que a mulher me goste, goste de mim, pelo que sou e não pelo o que eu poderia me tornar. Esse foi basicamente o erro da outra. Amou mais as expectativas do que a si própria e de verdade nunca vai ser feliz, por que nem sabe, não consegue entender. Esse é o mal da maioria das pessoas que eu conheço, não conseguem enxergar o real, a beleza do que está diante dos olhos. Só vê o que não pode existir, ou o que já passou. Contraditório, visto que eu estou sempre reclamando. E dai? Minha vontade mesmo é de viajar e ver o mundo e não ter compromisso com nada a não ser com a vida de viver. Mas agora, depois de tudo, prefiro jogar por aqui e ver, reparar, naquilo que estou me transformando a partir das minhas escolhas. Colho, meu amigo, eu colho. Plantei, reguei e agora colho e continuo plantando. Vivo do meu trabalho que é fruto da minha maneira de ser ou estilo de vida. Parei de fumar maconha e estou lendo muito a literatura do Jack Kerouac e do John Fante, o que é a mesma coisa que fumar maconha, tomando uísque na beira do precipício. Mas até que a vida não é tão ruim assim. A gente nasce, mama, cresce, fuma escondido, apanha do pai, trabalha, casa, tem filhos, bate nos filhos e morre cheio de sabedoria.



Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos. Isso é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa.

Fernando Pessoa
  • Presente do Subjuntivo
    que eu colha
    que tu colhas
    que ele colha
    que nós colhamos
    que vós colhais
    que eles colham
 Sigo com vontade de estar em mais lugares que posso.