2009-01-19

O Anão Voador


Em um mundo onde impera a lei dos mais fortes, em um país grande que sofre de baixa alto estima, numa pequena cidade distante de tudo, morava uma família de pequenos humanos. Nesta família de cinco pessoas havia o pequeno e pequenino Tico, cujo o nome de batismo era Luiz Lopes. Tico, como era conhecido na cidade, escondia um grande sonho desde o dia em que fora levado por seus pais para assistir a um espetáculo de circo. O pequeno Luiz se deliciou com todas as atrações. Mas foi quando os trapezistas se apresentaram que sua vida mudou completamente. Inocente, como toda criança, olhou para seus pais com os olhos reluzentes e disse:

- Quero ser trapezista de circo!

Seu pai sorriu e calou-se. Olhou para sua esposa que fez o mesmo. O menino percebendo que havia um incomodo causado por tal exclamação fechou-se em profunda tristeza. Voltou para casa e escreveu em seu diário que não descansaria até realizar seu desejo de ser um voador. Depois dormiu e sonhou. Acordou bem cedo, antes de todos, correu até o lugar onde o circo estava montado. Encontrou o terreno vazio. Chorou profundamente. Sentiu uma dor enorme. Voltou para casa e não comentou nada com ninguém. Tico foi crescendo com aquele aperto no peito, desde então nunca mais nenhum circo passou por aquelas bandas distantes. Passaram-se cinco anos. O pequeno Luiz agora estava com doze anos de idade e sua paixão crescia em seu enorme coração. Um belo dia, brincando com seus coleguinhas na praça, ouviu o anúncio que o Grande Circo México havia chegado na cidade. Por um bom momento Tico ficou paralisado, depois correu até sua casa com o entusiasmo dos grande gênios. Sua mãe ao ver o filho contente ficou feliz, pois sabia no seu coração materno que seu pequenino escondia uma tristeza profunda.

- Mãe, chegou um circo na cidade. Esta é minha grande chance.

Disse estas palavras, pegou suas economias e correndo foi comprar entradas para as quatro apresentações do fim de semana. No primeiro dia saiu de casa cedo e foi o primeiro a entrar no circo. Seus olhos estavam vidrados. Neste circo, dois dos palhaços eram pequeninos como ele. Eram muito engraçados, a platéia se divertiu e ele ficou muito feliz. Quando os trapezistas foram anunciados sentiu seu coração na palma das mãos. Não perdeu nenhum movimento dos homens que voavam, levando a platéia ao delírio. Saiu do circo tonto de felicidade. Na manhã seguinte, quando toda a família estava à mesa para a refeição matinal, Luiz , com os mesmos olhos reluzentes de cinco anos atrás, anunciou em tom solene:

- Vou ser trapezista!

Um silencio súbito tomou conta do ambiente. Logo os irmãos “racharam o bico" de tanto rir, não podiam acreditar no que estavam ouvindo. O pai muito serio repreendeu os meninos. Sua mãe olhou firme em seus olhos e foi categórica.

- O trapézio não foi feito para gente como nós.

O irmão, um pouco mais velho, com aquele jeito de adolescente maquiavélico, ainda improvisou uma piada.

- Senhoras e senhores. Apresentamos o primeiro anão a voar no trapézio. Tico - O anão voador.

Todos riram muito. Nem seu pai conseguiu conter as risadas. Luiz levantou-se e saiu em direção a seu quarto, batendo a porta. Ficou sozinho chorando baixinho e ouvindo as piadinhas dos irmãos. Ninguém conseguia entender seu desejo, nem mesmo sua família de pequeninos. Um tempo depois sua mãe entra no quarto e senta a seu lado na cama.

- Meu filho. Não a nada de errado em sonhar, ainda que nossos sonhos sejam maiores que nós mesmos. Na sua idade todos nós temos profundos desejos. Só não quero que você sofra mais tarde. Seu pai hoje é um medico respeitado, precisamos preservar nossa reputação. Existem sonhos impossíveis. Ainda mais para nós...

- Nós quem mãe? Acaso somos diferentes das outras pessoas? E quem não é diferente?

Sua mãe preferiu não alongar aquela conversa e cometeu o erro que os pais, por amar demais, sempre cometem.

- Meu filho, o que vou fazer agora não me agrada, mas um dia você vai me agradecer. Você está proibido a ir neste circo. Eu e seu pai já decidimos, vamos lhe pagar o prejuízo em suas economias, mas você ficará em casa este fim de semana.

Uma faca foi cravada no peito do garoto que não conseguia dizer uma só palavra. Apenas olhava para sua mãe sem acreditar na covardia que seus próprios pais estavam fazendo com ele. Luiz agüentou sem demonstrar seu sofrimento, mas fez uma promessa a si mesmo.
Passou o fim de semana preparando-se para seu desafio. Foi feliz ao lado da família como se nunca mais fosse encontrá-los. Durante o dia ficava agarrado com sua mãe, apaixonado na despedida, a noite fugia pelo telhado, passando pela grande arvore que fica em frente a sua casa e que da janela do seu quarto podia alcançar os galhos. Já se sentia o grande anão trapezista. A piada de seu irmão surtiu efeito contrário, lhe deu ainda mais idéias.
Conseguiu conversar com o dono do circo. No início achou loucura do pequeno rapaz, mas vendo sua determinação e apostando que a atração seria lucrativa resolveu investir na idéia. Combinaram as cinco horas da Manhã de Segunda-Feira, horário da partida do circo para outra cidade distante.
Passou o domingo inteiro agarrado a sua família, sempre que podia fazia um agrado no pai, na mãe e nos irmãos. Só ele sabia que era de fato uma despedida.
Não conseguiu dormi de tanta euforia. Escreveu um bilhete para os pais e um outro só para os irmãos. Escreveu no vilhete, entre outras coisas, que estava indo encontrar seu destino. Fez a mala. Passou no quarto dos pais, olhou os dois dormindo. Escorreram algumas lagrimas de emoção. Ficou um tempo. Partiu feliz com o Grande Circo México. Ainda aguardamos notícias de nosso pequeno grande trapezista.

2009-01-11

Os dez dedos da mão do pé do primata

Pretenção tropicaliente

Tem gente por ai que acredita que não é um animal. Fora os que acham que são racionais. Tem também os de bem, que fazem caridade para ajudar o próximo, desde que o próximo não more na casa deles. A hipocrisia é geral.
Somos de fato o planeta dos macacos pelados de bunda de fora. Um bando de símios que seu deu bem as custas de um cerebro altamente desenvolvido que não serve para nada. Algumas pessoas vão dizer que nós fizemos tantos avanços, na medicina, na construção, na arte, na filosofia e etc... e fizemos mesmo, mas não serviu para nada.
Eu sou da tribo dos macacos que bebem até cair fedendo e danço. Não quero pentear meu cabelo nem levar a mulher e os filhos na igreja. Não acredito no paraíso dos homens que ja nascem póstumos - "Pecado, rifa e revista o pobre paga é a vista/a felicidade, o conforto, alegria e a sorte/vendeu fiado pra Deus/vai receber depois da morte" (Tom Zé).

No momento to precisando assaltar um paraíso fiscal. A merda me assolou. To chamando conhaque de wisk bebendo cachaça. Hoje almoçei salsicha com chucrute (em alemão: Sauerkraut), parece chique, não? Não mesmo. Peguei um resto de salsicha e misturei com repolho e mandei pra dentro. Saco vazio e bêbado não para em pé. O sapo não lava o pé e nós macacos queremos banana para comer e jogar a casca no chão.
Agora inventaram uma tal de crise, os preços todos subiram e a gente que tome na tarraqueta. Vouprocessarestesdadosnomeucomputadordeestomago!

Se os meus peidos afetam a camada de ozônio o fim está proximo. Com essa ração que estão nos dando aqui no boeiro a flatulência é uma medida de emergência. Esses gases percorrem todo o tubo digestivo até encontrarem os gases produzidos pela ação de bactérias sobre a comida. Juntos, chegam à ampola retal - a última parte do tubo digestivo, que termina no ânus - e ali ficam comprimidos até você abrir uma brecha para eles saírem fazendo os sons caracteristicos e odorizando o ambiente. Em muitos casos estes gases vem acompanhados, formando um fenomeno que os cientistas chamam "freiada". Existem dois tipos de freiadas, a de bicicleta e a de caminhão.
"Peido pesa? Então acho que caguei"
(Piada ouvida por ai)

O papa popi papeia contra o aborto e a camisinha. Parece que que a igreja gosta do mundo cheio, acho que é pra gente para dominar.
"Os otimistas dizem que daqui um tempo vamos está comendo merda, já os pessimistas dizem que a merda não vai da pra todo mundo" (Piada de Autor que desconheço totalmente).

Agora nós temos um novo presidente mundial o "Barack Osama". Todos nós depositamos nele a esperança de tempos de paz e da liberdade dos povos. Eu mesmo 'to pouco me fudendo. Quero mesmo é que meu pau cresça e apareça. Não creio em milagres mas sou cheio de graça.

Somos uma praga evoluida, descemos das arvores para consumir futilidades em shopping centers e desfilar por ai como se fossemos diferente dos outros animais, peitando e falando no celular, cagando e fazendo Download do proximo filme que ainda vai ser lançado. A futilidade ajuda o tempo passar e já que tudo anda pra frente fico com essa poesia fútil e tropicaliente:

O mundo e o prazer de ser fútil

Nada mas agradável à futilidade do que ser
Ser é ser fútil do contrario não é ser
Diante de toda a eternidade de uns poucos anos
Do que vale a vida se não for fútil
Há outra vida sem a futilidade do dia a dia?
Eu li o livro
Eu comprei um carro
Eu fui passear
Eu comprei um coco gelado
Eu me casei
Eu me apaixonei
Troquei os moveis de lugar
Viajei
Encontrei os amigos
Tomei um porre
Fui à aula de canto
Comprei pipoca
Li o jornal

Toda súcia de futilidades
Tão necessária que não poderia ser diferente
E não poderia deixar de ser futilidade
Diante de toda a eternidade de uns poucos anos!

De qualquer forma, apesar de, entre tanto, somos os unicos animais com o poder de pensar que existimos. "Não comerás o fruto da sabedoria do bem e do mal" (Genesis). Comeu se fudeu! Agora aguenta a si mesmo e para com a choradeira filho de chocadeira. No fim tu manda tocar o cachão e canta pra subir. Só não vale passar a vida inteira com esse olhar de peixe morto esperando que algo caia do céu. Do céu só vai cair chuva acida e a merda que jogamos para alto. - Os ambientalistas estão chegando/estão chegando os ambientalistas - "Segura o coco camará segura o coco/Segura o coco não deixa coco quebrar" - (mestre Barrão).

O caminho é reto camarada. Não tem arrego, nem penico e vai todo mundo pro saco mais cedo ou mais tarde. Você que olha e não vê, vai ter que aprender.

O pior cego é o que enxerga.