O tempo atravessa e nos transforma naquilo que fomos feitos para nascer, fetos para viver. Não entendo muito de nada ou quase nada, só sei que sei de pouco e o pouco que sei é que me sustenta para querer saber um pouco mais. O resto é silêncio. Passados os anos percebo que mudei, fui atravessado por um monte de gente e situações diversas, mas no fundo sou o mesmo bom garoto de sempre, com um entendimento pratico da vida pratica. Nada que já não soubesse, como se em algum ponto da minha vida eu tivesse decidido ser o que sou. Meio que é assim com todo mundo, cada qual com suas atravessadas e travessias.
Como a minha vida é de pouco trauma, alguns dramas de dores finas, mas sem grandes conseqüências, quase que estou no mundo a passeio. Observo tudo com um ar de espectador de mim mesmo.
Tudopassatudofilmetudotrajetóriatudohistória
tudoquadrotudosensaçãotudovivotudomorto.
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Deixei de ver pessoas por longos anos, namoradas amadas, amigos antigos e coisas, não os vejo nem sei de suas histórias, da vida que levam ou levaram até aqui. Adoraria sabê-las.
Esta semana encontrei uma antiga namorada, fazia quinze anos sem trocar palavra e nos encontramos para brincar quase que por acaso. Não digo que foi ótimo, mas estranhamente belo e grotesco, com alguns momentos de pura crueldade. Ela acreditando ter sido eu seu eterno príncipe perdido, depositou expectativa demais Fiquei pensando muito na trajetória, nas escolhas, nas esquinas e encruzilhadas. Gostei de saber que não seria possível, como não foi levar aquele tipo de vida que teria levado se na ocasião escolhesse o casamento. Como saber? Impossível. Senti pena e talvez volte a vê-la. Por enquanto adeus.
A sanidade é uma linha fina.