2009-09-20

Como vai voce?


O tempo atravessa e nos transforma naquilo que fomos feitos para nascer, fetos para viver. Não entendo muito de nada ou quase nada, só sei que sei de pouco e o pouco que sei é que me sustenta para querer saber um pouco mais. O resto é silêncio. Passados os anos percebo que mudei, fui atravessado por um monte de gente e situações diversas, mas no fundo sou o mesmo bom garoto de sempre, com um entendimento pratico da vida pratica. Nada que já não soubesse, como se em algum ponto da minha vida eu tivesse decidido ser o que sou. Meio que é assim com todo mundo, cada  qual com suas atravessadas e travessias.

Como a minha vida é de pouco trauma, alguns dramas de dores finas, mas sem grandes conseqüências, quase que estou no mundo a passeio. Observo tudo com um ar de espectador de mim mesmo.

Tudopassatudofilmetudotrajetóriatudohistória
tudoquadrotudosensaçãotudovivotudomorto.

Deixei de ver pessoas por longos anos, namoradas amadas, amigos antigos e coisas, não os vejo nem sei de suas histórias, da vida que levam ou levaram até aqui. Adoraria sabê-las.
Esta semana encontrei uma antiga namorada, fazia quinze anos sem trocar palavra e nos encontramos para brincar quase que por acaso. Não digo que foi ótimo, mas estranhamente belo e grotesco, com alguns momentos de pura crueldade. Ela acreditando ter sido eu seu eterno príncipe perdido, depositou expectativa demais em nosso encontro. Na dor da sua solidão, acreditou que nosso reencontro fosse acender a velha chama da paixão. Doce ilusão de uma mulher sofrida, carente e ressentida da vida. Senti sua tristeza, fizemos sexo e conversmos mesmo para tentar se conhercer.

Fiquei pensando muito na trajetória, nas escolhas, nas esquinas e encruzilhadas. Gostei de saber que não seria possível, como não foi levar aquele tipo de vida que teria levado se na ocasião escolhesse o casamento. Como saber? Impossível. Senti pena e talvez volte a vê-la. Por enquanto adeus.

A sanidade é uma linha fina.