2009-07-14

O teatro já morreu?

Não. O que morreu foi o mundo, as pessoas do mundo morreram, a mediocridade matou as pessoas do mundo. A pior peste que enfrentamos, maior que todas as outras, mais mortal que a peste negra, capaz de matar bilhões. Todos os dias pessoas são contaminadas com o vírus da mediocridade, elas vão perdendo a sensibilidade, a capacidade de sonhar, de lutar e quando percebem já estão a beira do abismo mortal. Do que vale a vida prática e objetiva? Não há espaço para a subjetividade. Nos tornamos maquinas de fazer negocio e coco. O hedonismo tosco do final dos tempos: viver agora. a vida é uma só. Os que dizem isso acreditam estar vivos. Humanos, demasiados desumanos. Chegamos na era dos robôs. Todos programados com o sistema avançado de competição. Quanto vale sua dignidade? Vencer! Essa é a nova ordem mundial. Seja um carrerista e evite o sofrimento. Seja um funcionário público da megaburocracia anonima. Melhor não ser artista. Alias, a quem serve a arte? Somos um bando de mortos vivos, incapazes de amar de verdade, incapazes de reagir de verdade. Mortos, o mundo acabou faz tempo!
Pera ai. Mas eu estou vivo. Não me sinto contaminado pela peste. Em meio aos mortos caminham os vivos. Sejamos uma matilha de lobos entre as ovelhas.

Anotações em processo do processo:

De que maneira podemos algo estranhamente novo? Ou sem formula? Imaginando que não temos nenhum referência - como?

Artaud - é bom que desapareçam algumas facilidades exageradas e que certas formas caiam no esquecimento; assim a cultura sem espaço nem tempo, e que nossa capacidade nervosa contém, ressurgirá com maior energia.

Arte e cultura não podem andar juntas.

A peste do pânico - o controle pelo medo.

Medo? do que vc tem medo?

Fiquei pensando na forma... tudo já foi tentado, feito, repetido - hoje a gente diminuiu ainda mais o espaço entre palco e plateia, misturou... a plateia sobe ao palco, a historia é a plateia. Tem também a virtuose do contemporaneo.

Queimar as referencias? Como?

Que referencias?

Diminuir essa tensão - falar do nós universal ou do nós particular? Qual a fronteira? Onde termina o eu plateia e começa o eu artista, o eu palco?

Ação - visual - improviso - refinamento - fluxo - digestão - devir

Larguem a bíblia e pegam a constituição

Ver o filme; Muito além do cidadão Kaine. O ser neo liberal.

Revolucionários sem revolução. Pensei em três revolucionários. Ler o banqueiro anarquista de Fernando Pessoa. Ele critíca o poder, a tirania. Fala sobre as ficções sociais.

Artaud: O espírito acredita no que vê e faz aquilo em que acredita. Esse é o segredo do fascínio. E santo Agostinho não coloca em duvida nem por um instante, em seu texto, a realidade desse fascínio.
Como é que o teatro ocidental não enxerga o teatro sob um outro aspecto que não a do teatro dialogado.
O teatro está em, decadência porque perdeu, por outro lado, o sentido do humor verdadeiro e o poder de dissociação física e anárquica do humor.

Ver Irmãos Marxs.