2009-08-25

Sei lá de que falo


Num canto da cidade
Madrugada fria
Chuva fora e dentro de mim
Tudo é mofo, velho
Mal arrumado
Prestes mudança
Logo ali bem ali logo
O autor pinta seu retrato
Como se fosse possível
Será que ele não vê demais
Talvez seja só falta
Não quero mais
Se me ligar desligo
Desmeligo sem te ligar
Ficou tudo feio de belo
De velho ficou outro
Agora parece raiva, desdém
Não mais o que se possa fazer
Morreu lutando morreu
Em paz
Nada mais importa
Só torcer o rabo da porca
Quebrar a maçaneta da porta
Deixar a chuva levar, lavar
O poeta foi morar longe
Envia cartaz em cartas postais
É só mais um coração em pedaços
Não é pior que a vida
Seja melhor como for
Eterno enquanto foi
Vivo o quanto pode
Derramo sobre a tecla tinta alguma
Nada, nem lágrimas
Ouvi dizer que voce já se arrependeu
Agora a Julieta já morreu
Bebe o veneno Romeu
Ainda sobrou aqui na boca
Madrugada sem sol
Praia sem sal
Vaca sem pasto
Seu ventre está preso
O coração parou faz tempo
Não sente nada
Liga para o socorro, conserte-se
Não me venha com a velha choradeira
Agora só choro novo
De pandeiro e cavaco
Já faz tempo agora evacue
Compra um pouco de amor pra voce
Tá na promoção na sessão das emoções
Veja se tem para seu tamanho
Aquilo tudo que planejamos
Vamos deixar de lado
Deitar e esquecer
Todo o resto do nosso lar
O que sobrou do mar
Deixa para lá, afogue-se
Quando alguém perguntar por mim
Mande lembranças minhas
Diga a todos que não presto
Para voce não presto
Fiz um cartão de crédito
Qualquer dia lhe mando um presente
Não abra logo, pode ser uma bomba
O autor quer dormir
Vai deitar só e acordar sol
Voce é o inverno e todos verão
Do que estou escrevendo
Sobre mim Jane
Sou tu chita
E nada me vem muito claro
Nem muito fácil
Voce se foi e me fui
Vou chorar, já chorei
De voce não quero mais nada
Nem o ultimo beijo
Nada.