2009-09-16

O segredo do degredo.

Não sou do tipo que olha para uma buceta e fica de pau duro, de maneira alguma, não funciono desta maneira. Preiso sentir o cheiro, os cheiros de todo o corpo. Cada parte da mulher tem um perfume diferente. Não basta ser linda, tem de ter a buceta cheirosa e o cú também. De longe todas as mulheres precem apetitosas, de perto algumas são. 
Essa noite fui a um puteiro no centro da cidade, o pulgueirão da Lapa, como é conhecido o estabelicimento. Paguei vinte pratas para tirar a mulher da casa, cem pratas para fazer sexo durante uma hora e dezessete mangos do hotel. Um hotel velho, úmido, com quartos sujos e com cheiro de perfume barato no ar. Travestis, putas e clientes circulam pelos corredores escuros, tudo ali tem odor e clima de orgia decadente. 
Entrei na boate só para passa o tempo, nem estava muito interessado. Logo que adentrei ao recinto avistei uma negra dançarina com um belo corpo escultural, de curvas finas e arrojado desempenho no palco. Sua pele negra brilhava. Fiquei louco de pau duro. Antes que ela acabasse de dançar fui até elá e cantei a pedra. Paguei a taxa da casa e levei a Deusa africana para o hotel "Expelunca". Agora eu já estava envolvido e tinha de ir até o fim na brincadeira. Vesti o personagem do cafetão de quinta categoria e entramos no quarto como um casal em lua de mel. 
Na luz branca do quarto sujo minha Deusa africana era apenas uma puta rampeira com cara de pobre coitada. Fomos para o banho e a esta altura eu já estava arrependido sem perder a pose. Depois que gozei senti uma profunda solidão com aquela mulher na cama me chamando de gostoso. Paguei seu cachê e mandei ela ir embora, queria ficar sozinho um tempo. O famoso cala a boca e não enche o saco. 
Esse é o tipo de coisa que faço só para movimentar minha vida, talvez para ter o que escrever. Tomei um banho mesmo para tentar tirar aquele cheiro de mim, como se fosse possivel. Ainda fumei um cigarro sentado numa velha poltrona e diante daquele cenário sem vida chorei como um degradado.
No caminho para casa parei em um bar e tomei duas cervejas, logo tudo não passava de mais uma lembrança engraçada. Um dia vou comer a puta dos meus sonhos, enquanto isso experimento de tudo um pouco.