Truquetruque batendo em uma porta

E me balanço. Fico turvo. Desequilibrado. Com  choro preso na garganta. Um soco na ponta dos braços. Engasgo. É saudade. Fraqueza. Falta de amor próprio. Tenho raiva. Quero e não posso. Desejo e não faço. Tenho nessa cabeça um milhão de demonios. Sou do caralho. Um covarde. Sigo sempre!

Infernal astral ou o que voce quiser.

Hoje acordei com vontade de ficar na cama, de cama. Fiquei pensando nas milhares e não milhares de amores e paixões que já tenho vivido. Uma preguiça de tudo e de todos, um despreso, um desespero, uma vontade de não olhar pra tras, de pisar firme e esmagar todos os pescoços que cruzarem o meu caminho (e mesmo a mim mesmo). Desejo de pegar uma arma, uma faca, uma tesoura e me ferir, mas já não posso, não tenho forças. Estou ferido há muito e com o sangue escorrendo por dentro. Minhas mãos e minhas roupas estão tintas e de sangue de um parente teu. Uma "poça" de sangue ambulante, pronta para derramar. Derrama-me à mim. Hoje acordei com o mais legitimo ódio. Dos homens e de todos os homens. Não por serem eles o que são, mas por eu ser o que sou ou o que estou prestes a me tornar. Transmutação. Tão igual e tão estupido quanto qualquer idiota, de qualquer lugar ou de lugar nenhum. Vou - ser - um -  imoral!

Tenho segurado meu diabo por tempo demais, já chega! já chega! já disse! está aqui escrito, está dito e dentro do peito, está feito! À partir de agora me chamem de outro e assim por todos os dias até o fim da minha vida. Eu sou o que está pra nascer, o que ainda não veio. Já basta. Cansei.

Aniversário

Trinta e sete anos e eu continuo o mesmo garoto de sempre. Talvez com umas dores novas. Nada que o tempo não cure. Que venham os próximos anos. Eu os enfrentarei de pé.

Tudo vale o esforço. Sem esforço talvez não tenha valor. É da mesma familia do ditado popular que diz: Deus ajuda quem cedo madruga.

De fato é só mais um trabalho, feito com o mesmo carinho que tenho feito todos os trabalhos. Desse modo tenho feito minha vida. Digo, não digo e se quero posso dizer. Tenho vivido as custas do meu trabalho. Fácil não é. Nem consigo lembrar quando foi ou se foi. Nunca foi. Sempre tive que andar com minha navalha afiada. Sigo acreditando que tudo vale o esforço. Está vivo é foda, mas pior é estar morto.... Não quero mais escrever. Tenho vindo pouco aqui. Talvez amanha eu volte.

Pariu.

As coisas sempre são simples e confusas. Estou sempre tão perto do abismo. E olha que eu sou do tipo que faz tipo de gente boa. Vejam só, estou sem luz em casa, a pessoa que morava no apartamento que eu moro, deixou sem pagar duas contas de luz. Ela pagou depois que cortaram, e fui eu que avisei do corte, ela mesmo não se deu o trabalho de me falar e agora estou esperando ligar a luz. VÃO LIGAR NA SEGUNDA E ISSO ACONTECEU NA QUINTA-FEIRA. Vou brigar? Fazer birrinha? Às vesperas de estreiar? Nem vale o esforço. E essa semana os donos do meu apartamento me cobraram parte do que devia para fazer o contrato. E tudo no mesmo dia. Sem luz, cansado, com os caras na minha cola. A segunda parte do que devo da geladeira. Eu tinha tirado o dinheiro para resolver isso. Enfim, corro lá em Vargem Grande, na casa de uns amigos, para pegar dinheiro emprestado. Isso tudo porque a mesma maluca que não pagou a conta de luz, que foi morar onde eu morava, pois casou com o menino que morava comigo, e nesse corre daqui e pra lá quem sem fudeu fui eu. Mas eu que nao sou catolico, que quero que o papa se foda e todos os fieis, sorri e fui educado. Sou um homem de Deus. Mas puta que pariu.