2011-03-14

Ai, ai! O carnaval!


Fomos eu e meu mais novo amigo de infância, Diego Molina, para terras desconhecidas. Sim amigos, o Espírito Santo existe e resiste! Chegamos a Santa Cruz, distrito de Aracruz, um lugarzinho pequenino à beira do mar enorme. Fomos recebidos por nosso grande amigo Peter Boos, um desses caras que nos surpreendem o tempo todo. Arguto. Eram umas oito da manha e eu tinha passado a noite em claro. Tenho um tipo de problema grave e não consigo dormir em ónibus de viagem, só durmo bem nos cata-cornos que vagam lotados pela cidade. Do Rio de Janeiro até Santa Cruz são dez horas. Eu, particularmente, adoro viajar de ónibus, parece de fato que estou indo para outro lugar, de avião é tudo muito rápido e sem graça. O Diego dormiu a viagem inteira. O cara é do tipo "bom de cama". Nós sabíamos que seria uma semana bem divertida, pois somos ótimos e tínhamos planos de jogar vídeo game e isso nos bastaria. O Peter comprou pão na padaria e logo estávamos chegando à casa do velho Marinheiro, Miguel, um desses tipos que só nascem um em cada mil anos. Uma frase não saia da minha cabeça: "Você não pode ensinar nada a um velho marinheiro". A casa é de madeira, com uma decoração bem rústica, quase ripe, de fato ripe. A mãe do Peter estava lá, extraordinariamente jovem e bonita, como deveriam ser todas as mães. Esqueci-me de dizer que o velho marinheiro é o pai do Peter. Tomamos café e eu estabeleci logo uma relação amistosa de piadas e risos, coisa que o Diego faz melhor do que eu. Nós então rimos a manhã inteira e o resto do dia. O fato é que estávamos os dois ali no meio daquela família interessante e interessada. E ai pra ser feliz não basta mais nada, somente uísque, vodca e um baseadinho. Fomos felizes e muito felizes! Já no primeiro dia, fomos passear no barco do velho lobo do mar. Miguel faz passeios de barco subindo o braço de mar até seu bar flutuante, Manguebar. Depois de alguns minutos navegando braço adentro aportamos no boteco flutuante. Um braço de mar é como um rio de água salgada. O mar avança muitos quilômetros. É um paraíso. No Manguebar resolvemos ficar e pegar a volta do ultimo passeio. O pai do Peter vive a vida levando os turistas para flutuar de lá pra cá. Ficamos ali, ancorados, tomando umas cervejinhas e contando piada junto com a tripulação. Uma tarde como essa faz a gente esquecer quem é ou de onde veio. Os dias seguintes foram todos tão maravilhosos que prefiro não contar pra não causar nenhum tipo de inveja. Eu e Miguel nos tornamos grandes amigos e viramos uma noite inteira trocando ideias, chorando de emoção e bebendo uísque. Contei que havia feito um curso de culinária a tempos atrás e ele me lançou o desafio de fazer um jantar para todos. Na Quarta-Feira de cinzas, comprei os ingredientes e fiz uma prato que aprendi com minha ex-sogra, ao menos ela me ensinou alguma coisa. Coq Au Vin, ou Cocovan como se pronuncia, é um prato francês, um tipo de cozido de galinha marinada com vinho seco. Vinho seco e bom! O Peter convidou alguns amigos e foi uma noite agradável. Na quinta feira antes de vir embora ainda fui fazer uma massagem relaxante com um massoterapeuta. Esse sem duvida foi um dos melhores carnavais que já passei na vida. Eu e Diego já estamos fazendo planos de voltar na semana santa. Que venha logo esse dia. Agradeço ao Miguel, a Márcia, ao Peter e ao Diego por serem tão bacanas. A vida é tão boa, às vezes, que dá vontade de não morrer nunca.

2 comentários:

Diego Molina disse...

ri, chorei e vomitei toda a coca-cola lendo seu depoimento.
agora vou me servir de um uísque, ficar sentado no escuro e relembrar o q vc comentou e o q não comentou.

Unknown disse...

eu ia comentar sobre nossas disputas de futebol, dos meus carrinhos bizarros e das cinco expulsões... e também das meninas, mas preferi deixar por conta da lembrança... foram tantos momentos gostosos que o melhor mesmo é lembrar. Só na lembrança.